38 – FÉ E CULTURA
“Acolhei o que é débil na fé, não,
porém, para discutir opiniões”.
PAULO (Romanos, 14:1).
Indubitavelmente, nem sempre a fé acompanha a expansão da cultura, tanto quanto nem
sempre a cultura consegue altear-se ao nível da fé.
Um cérebro vigoroso pode elevar-se a prodígios de cálculo ou destacar-se nos mais
entranhados campos da emoção, portas adentro dos valores artísticos, sem entender
bagatela de resistência moral diante da tentação ou do sofrimento. De análogo modo, um
coração fervoroso é suscetível das mais nobres demonstrações de heroísmo perante a dor
ou da mais alta reação contra o mal, patenteando manifesta incapacidade para aceitar os
imperativos da perquirição ou dos requisitos do progresso.
A Ciência investiga.
A Religião crê.
Se não é justo que a Ciência imponha diretrizes à Religião, incompatíveis com as suas
necessidades do sentimento, não é razoável que a Religião obrigue a Ciência à adoção
normas inconciliáveis com as suas exigências do raciocínio.
Equilíbrio ser-nos-á o clima de entendimento, em todos os assuntos que se relacionem à fé
e à Cultura, ou estaremos sempre ameaçados pelo deserto da descrença ou pelo charco do
fanatismo.
Auxiliemo-nos mutuamente.
Na sementeira da fé aprendamos a ouvir com serenidade para falar com acerto.
Diz o Apóstolo Paulo: “ Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.” É
que para chegar à cultura, filha do trabalho e da verdade, o homem é naturalmente
compelido a indagar, examinar, experimentar e teorizar, mas, para atingir a fé viva, filha da
compreensão e do amor, é forçoso servir. E servir é fazer luz
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