04 – Palavra e Construção

“A palavra do Cristo habite em vós ricamente.”
– Paulo. (Colossenses, 3:16).

Comumente nos referimos à penúria, qual se estivéssemos à frente de um monstro
instalado em definitivo junto de nós, esquecidos de que o trabalho é infalível extintor da
miséria…
* * *
Mencionamos conflitos como quem tateia chagas irreversíveis, sem ponderar que o
amor opera a extirpação de todo quisto de ódio…
* * *
Comentamos provações, dando a idéia de que se erigem à condição de flagelos
permanentes, distanciados do otimismo que funciona por dissolvente da sombra…
* * *
Reportamo-nos a enfermidades com tamanho luxo de minudências como se fossem
males eternos, injuriando os princípios de saúde, capazes de restituir-nos a euforia…
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Destacamos a parte menos feliz dos semelhantes com tanto empenho que
fornecemos a impressão de rentear com seres irremissivelmente condenados às trevas,
ausentando-nos do bem, à luz do qual todos nos redimiremos um dia…
* * *
Conversemos segundo a fraternidade e o bom ânimo que o Cristo nos ensinou a
cultivar.
Imperfeições, desastres, doenças, desequilíbrios e infortúnios assemelham-se a
meros borrões em nossos cadernos de experiência educativa, no aprendizado da
existência transitória, a fim de senhorearmos os nossos títulos de herdeiros de Deus na
vida eterna. Claro que apagaremos tais desdouros com a lixívia do nosso próprio
sofrimento, mas não adianta ampliá-los através da exaltação emotiva ou do comentário
inconveniente.
Em baixo, a terra parece uma estância obscura, mas o Sol brilha acima.
Recordemos a exortação de Paulo:
– A palavra do Cristo habite em vós ricamente.

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