Exporemos em prece ao Senhor os nossos obstáculos, pedindo as providências que se nos
façam necessárias à paz e à execução dos encargos que a vida nos delegou; entretanto,
suplicaremos também a ele nos ilumine o entendimento, para que lhes saibamos receber
dignamente as decisões.
Não nos esquecemos de que a nossa capacidade visual abrange, mais ou menos,
unicamente o curto espaço dos sessenta segundos de um minuto, enquanto que o Senhor,
que nos acompanhou as numerosas existências passadas – existências que conservas,
agora, na Terra, temporariamente esquecidas -, nos conhece o montante das necessidades
de hoje e de amanhã.
Tenhamos suficiente gratidão para não suprimir-lhe a benção.
A Providência Divina possui os recursos e caminhos que lhe são próprios para alcançarnos.
Quando encarnados no plano físico, se na posição de enfermos, costumamos implorar do
Céu a dádiva da saúde corpórea, na expectativa de obter um milagre e, às vezes, o Céu nos
responde com a imposição de um bisturi, que nos rasgue as entranhas, de maneira a
reconstituir-nos o equilíbrio orgânico.
Simbolicamente, ocorrem circunstâncias idênticas no quadro espiritual de nossa vida
cotidiana.
Rogamos a Deus a presença da felicidade em nossos dias, segundo a concepção com que
a imaginamos, mas somos, via de regra, portadores de certos defeitos, que nos impediriam
acolhê-la, sem agravar as próprias dívidas, e Deus, em muitos casos, nos envia
primeiramente o espinho da provação, que nos faculte a experiência precisa para recebê-la
em momento oportuno, como determina o recurso operatório para o corpo doente, antes que se lhe restaure a saúde.
Oraremos, sim; no entanto, é imperioso, em matéria de petição, rogar isso ou aquilo ao
Senhor, sempre de acordo com a Sua Vontade, porque a Vontade do Senhor inclui,
invariavelmente, a harmonia e a felicidade de nossa vida.
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